domingo, 24 de abril de 2011

Meu Ser Se Abriu Por Inteiro!

Há momentos na vida em que o contato com a Luz do Divino, da Grande Mãe, do Grande Espírito, das Esferas Celestiais ou seja qual for o Nome que nossa necessidade de nomear os chame, desperta em nós o que tentei expressar nas palavras abaixo!

  

MEU SER SE ABRIU POR INTEIRO

Um dia, meu ser se abriu por inteiro.
E então, a Luz do Divino me iluminou toda!
Fiquei tão transparente, mas tão transparente,
Que senti me desvanecer e me tornar
Partículas de Luz, pura Luz...
Luz que iluminou toda a terra, os ares e mares.


E assim entrei em todas as casas, todos os lares,
Hospícios, prisões, bordéis, hospitais, mosteiros.
Senti as dores, os amores...
Entrei no coração de quem ama e de quem odeia
E partículas e partículas de Luz que eram Eu
Impregnaram de Amor Divino todos os ambientes,
Todos os lugares e de repente, tudo que existia era Luz,
Só Luz, muita Luz a rodopiar, a girar,
A contagiar de alegria Todos e Tudo...


Assim, com a alma aberta por inteiro,
Tirei os sapatos e qual criança senti o calor da Mãe Terra.
Me impregnei dos odores, dos perfumes que Ela exalava.
Me embriaguei com tanta cor, tanta harmonia e cantei...
E a música das esferas entrou em meus ouvidos,
Em meus poros, em minhas células,
E elas rodopiaram e dançaram,
E assim a canção celestial
Contagiou todos os meus órgãos, músculos e ossos...
E o meu corpo era todo Luz a girar, a girar.


E assim girando, voei pelos ares.
Respirei o ar das alturas mais sutis.
Me tornei a águia que voava,
A gaivota, o beija-flor, o bem-te-vi, a sabiá...
Do alto, do mais alto penhasco, vi o sol nascer e vi o sol se por,
Tudo pegando fogo...
Matizes e matizes de mil cores a se misturar,
A se combinar e pintar a mais linda aquarela,
Todos os dias, e nunca igual!
E me maravilhei ante a criação esplendorosa do Senhor...

Sobrevoei o mar,
Mergulhei nas ondas das águas mais puras, transparentes,
Que me limparam o corpo,
Me lavaram a alma.
E impregnada de sal, novamente voei...
Deslizei sobre campos e campos de flores...
O néctar de mil flores me alimentou.
E senti que pela minha cabeça deslizava o mais puro mel,
Que desceu pelo meu corpo
E impregnou de doçura todo o meu ser...


Com tanta doçura e suavidade
Desci à terra novamente...
Meus pés descalços tocaram o solo.
Deles, saíram raízes que entraram na Mãe Terra.
Por elas, o mel se espalhou no seu ventre e a fecundou.
Gaia, com um grito de júbilo
Recebeu o presente do seu Amado...
E assim plena, deu a luz a mais mil flores,
Frutos, pássaros e seres de luz...
Que impregnaram a terra e
Despertaram no coração de cada ser humano
Um desejo imenso, intenso,
De poder participar deste Banquete Divino
Que une o Céu à Terra
E ao qual somos todos convidados!


E assim extasiada fiquei, e chorei e chorei...
Minhas lágrimas salgadas transformaram-se
Nas águas doces e suaves da nascente de um rio
Que desceu as montanhas, percorreu os vales,
Saciou a sede de todos os seres vivos,
Lavou o corpo e a alma de todos...
Depois se evaporou,
Subiu aos céus, para novamente descer
Na forma de chuva
E abençoar a amada Terra,
Novamente impregnado-a do Amor do seu Amado.


E assim extasiada permaneci
Calma, tranqüila,
Cheia de Luz, de Vida e de Amor,
Após ter recebido meu Amado que mora em mim
Que sussurrou este poema, através de minha Alma
Quando Ela se abriu por inteiro... 


26/10/2000 Extraído de POEMAS:  Da Escuridão Rumo à Luz por Terezinha Vareschi

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