Compartilho, pois é bem assim que me sinto!
"Depois de muitos anos dormindo, acordo em  um corpo que se recompõe e se refaz, como se tratasse de um segundo  nascimento. É possível que este seja o autêntico nascimento do meu ser,  meu novo ser, talvez inclusive para o que eu sempre estive preparada.  Seria interessante talvez rebatizar-me, mas batizar a mim mesma me  parece um pouco estranho. Aqui estou eu, sendo testemunha de mim mesma,  eu tento sair e me ver com a perspectiva, com o olhar científico que  descreve enquanto sent 
O meu despertar ocorre em um salto  quântico, depois de anos de valorizar a necessidade de mudar alguns  processos em minha mente, de pensar no positivo que seria se  ... e sem fazer nada realmente. É claro que na minha vida eu tenho  amadurecido e evoluído, como todas as pessoas que podem chamar pessoas.  Considero que tenho uma consciência social, o amor pela natureza e  humanidade. Tenho estudado meu caráter, a minha personagem,  tenho  tentado superar traumas de infância, construir um projeto satisfatório  de vida, cuidar da minha vida afetiva e emocional, com meus amigos,  companheiro, minha família. Eu sou uma psicóloga profissional que segue  com vontade imensa de aprender e melhorar. No entanto, a mudança que  hoje experimento, adquire um valor dimensional. Poderia muito bem fazer  uma lista das qualidades e defeitos da minha pessoa, que tenho procurado  analisar e melhorar, com esforço consciente e inconsciente, e tenho conseguido, até certo ponto. Poderia explicar  todo o meu processo evolutivo como uma série de etapas que foram  cumpridas, com muita dor, com muito esforço, de maneiras científicas,  com suas causas e efeitos. Mas agora eu sinto que a mudança ocorre  através de uma ruptura , um salto em minha consciência, uma mudança  qualitativa do meu ser, que permanece sendo meu ser.
 Há momentos na vida em que uma pessoa se  deita azul e acorda verde, acredita cegamente numa premissa quando se  deita e se levanta descrente ou com outra convicção. Alguns podem chamar  de  crenças pouco assentadas, insegurança, insubstancialidade ou  inclusive superficialidade. Mas ao que me refiro é de uma mudança em  todos os níveis: físico, mental e emocional. Um salto quântico.
 Se eu escuto meu processo, eu posso ouvir  meus neurônios se chocarem entre si, como as células de um feto em  criação. Eu me sinto triste e confusa e com medo eu não consigo explicar  bem o que está acontecendo comigo. Eu também ouço o meu estômago, que  ruge, meus órgãos são torcidos e feridos, a sofrer mutações. Minhas  pernas tremem, e tudo tem gosto amargo. Eu não posso realizar qualquer  atividade física. Estou muito cansada. Meu corpo pede descanso e sono, e  eu lhe dou. E quando eu sonho com as imagens representam toda a minha  vida, todas as pessoas importantes ou não, até mesmo alguns quase  esquecidos parecem despedir de mim em uma cerimônia da morte e da vida. E  meus sonhos são tão reais que quando eu acordo creio que eu estou  vivendo duas vidas e eu duvido de qual é a 'verdadeira'.
 E nada disso tem uma explicação racional  que possa expor aos outros. Simplesmente me sinto em evolução. Se eu  falar sobre minhas emoções, também estão em turbulência. Estou triste e  as lágrimas vêm-me em desespero, e eu as abraço, e eu tenho a sensação  de que estou morrendo, e é verdade, eu morro. Morrer para renascer,  redescobrir, para despertar. E eu vejo as coisas com outros olhos e  sinto o mundo a milhares de quilômetros. E eu sinto a terra e o  universo, e sinto a sua ligação comigo. E esteja onde estiver sinto meus  dedos se fundem com a terra e se tornam raízes, e meu tronco cresce  e  dele saem ramos.
 E desperto, e conheço e sei, e sorrio. E  de repente surge dessa conexão e desse despertar um sentimento que  cresce, em questão de milésimos de segundo, uma emoção tão intensa que  eu não posso conter e que transborda de mim em lágrimas. É como se  naquele momento pudesse se expandir,  voar e saber. E se eu fecho meus  olhos vejo o universo diante de mim, e posso voar e subir e estou, e meu  corpo físico não pode conter tudo o que sei neste momento. Mas não  considero isso uma jornada espiritual ou viagem astral, tenho lido a que  se refere o termo. Não que eu saia do meu corpo, simplesmente é : que  não me cabe! Eu fico em um mundo de sonho que sinto um abraço, um  carinho, um sorriso, como se algo ou alguém a rir comigo e dizer: Vê?É possível, ÉS!. E  enquanto tudo isso acontece, eu que estou vivendo é o AMOR, sim, em  maiúsculas mesmos porque excede o fato de sentir amor, é que eu estou  vivendo e tocando, é que praticamente tornou-se 'matéria' e eu estou dentro dele. É uma sensação  tão viva, tão livre e tão feliz que eu suponho poderia ser chamado de  êxtase, embora eu não me sinta muito identificada esta palavra por todas  as conotações moralistas e histórica que tem, mas se não usá-la teria  de inventar outra palavra para descrever.
 E me deixo levar, e peço ao universo para  encher o meu copo de abundância, crescimento, sabedoria, renascimento. E  me ajude a ajudar, se for esse o plano que tiver para mim.
 Então eu volto para a terra firme, e  percebo que passei horas nesse estado e eu estou deixando de lado minhas  obrigações terrenas, o meu compromisso para os outros. Eu mal posso  ler, continuar trabalhando, cumprir as tarefas com os meus pacientes. Eu  tenho que fazer um enorme esforço para conseguir. No entanto, quando  estou trabalhando minhas palavras vem sozinhas e sinto que o amor da  humanidade em mim, e estou muito feliz por me sentir parte dela, e todo  dia encontrar mais desse sentimento em torno de mim, em estranhos,  pessoas da rua ao meu entorno, e pessoas do meu convívio, nas pessoas  que eu amo.
 Sim, eu sei que estou vivendo me próprio  salto quântico e me pergunto quantas pessoas vão estar passando o mesmo  neste momento. E eu me sinto impaciente para saber, conhecer, fazer e  seguir sentindo.  Claro que, com uma maravilhosa sensação de felicidade  que busca serenidade e se encontra com o êxtase ..."
 Irene Mollá Balañac para StarViewerTeam International 2011.
 Tradução Livre: Arauto do Futuro
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