“Violência contra mulher no Paraná se equipara ao Paquistão”, diz organizadora
No dia 14 de julho, às 11h, com concentração no Passeio Público, a Marcha das Vadias acontece pelo segundo ano consecutivo em Curitiba. A intenção é denunciar pelas ruas da capital a violência contra a mulher. Neste ano, as Vadias querem cobrar do poder público medidas efetivas quanto ao alarmante número de casos no Paraná. “O índice de violência do no nosso estado se equipara com o do Paquistão. As mulheres sofrem violência em casa e também por profissionais de saúde e de segurança”, descreveu a advogada Xênia Mello, ativista feminista e uma das organizadoras da Marcha.
A Marcha do ano passado causou polêmica e movimentou em torno de mil pessoas nas ruas da capital. Para Xênia, este ano o número de participantes vai subir. “A mobilização está muito maior. Hoje temos inúmeras pessoas engajadas para a realização da Marcha e isto também pode ser visto nas redes sociais”, explicou a advogada.
A ativista critica o número alarmante de casos de violência contra mulheres no Paraná, de acordo com dados do Ministério da Justiça. “Podemos sim comparar com o Paquistão. Atualmente o Paraná é o terceiro estado com mais casos e Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, é a segunda cidade líder nacional do ranking. O Estado não assume a responsabilidade, já que a Lei Maria da Penha só pensa em punir o agressor, não busca sensibilizar ou tentar mudar esta realidade social”, opinou.
Termo Vadia
Uma polêmica que sempre envolve a Marcha é com relação à escolha do nome Vadia. Xênia explicou o que as manifestantes querem com a descriminalização do termo. “A Marcha começou com este nome no Canadá. Uma garota em uma universidade estava vestida com uma roupa curta e um policial disse que ela devia trocar para não ser violentada. No dia seguintes as universitárias organizaram uma passeata com o termo Vadia. Não devemos deixar de usar este tipo de roupa, na verdade o homem é que precisa respeitar a mulher”, descreveu.
Apesar do termo Vadia fazer alusão às mulheres, segundo a advogada todos estão convidados para o evento. “Quem é contra qualquer tipo de violência deve ir até a Marcha e fazer a sua parte. A mulher não é culpada das agressões sofridas e mais uma vez vamos deixar claro a nossa postura e reivindicações”, concluiu.
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